domingo, 30 de dezembro de 2012

Roda Mundo

E todos os ciclos parecem ter seu tempo de renovação..

Um momento que te faz refletir e admirar a amplidão das modificações que ocorreram
durante os instantes passados..

É o lembrar das pessoas que chegaram na tua vida com êxito - como um barco chega no porto - somando e aferindo-te um rico valor e reconhecer a permanência e a constância daqueles que continuaram firmes e acoplados a seu clã.

É analisar e balancear perdas e ganhos, os novos conhecimentos, a grandeza do entendimento de mundo,
os vacilos e os dissabores; recordar as angústias e óbices idos.

Reconhecer e agradecer a força maior: DEUS, pela saúde - da família, dos próximos, dos que praticam o bem, de todos.. E por toda paz e proteção concedida, pela presença e crença em nós! É de se reverenciar como a maior das certezas de tudo.

Músicas, imagens, fatos, histórias, risadas, frustrações, alegrias, superações, sonhos, objetivos, planos, ritmos, trabalhos, espiritualidades, fé, pedras, flores, natureza, inteligência, percepções, descobrimentos...

Que outra página seja virada, de um ano que, pra mim, foi inquestionavelmente dono de grandes conquistas. E que a outra seja escrita e desenhada com todas as formas e cores que 2013 aspira!

Muita paz ao mundo, prosperidade aos cordiais, que a natureza seja respeitada, que bons ventos entoem sobre a humanidade, que a saúde reine e a educação suba vários patamares..

DEUS, obrigado por tudo!

Feliz Novo Ano!!!


domingo, 25 de novembro de 2012

Talvez



Um lugar só seu, uma coleção, um pravda obsoleto..
Melhor seria, um disco de Caymmi e aquela sua totalidade baiana;
Uma rede na sala e artefatos de vime espalhados pela casa.
(Sinônimo de morosidade).

Comporia um cenário cultural regionalístico e étnico.
Aquele "quê" de ventura - um acaso seria.

Bom mesmo seria um clima ameno, sor (rindo), rindo e apreciando o cair
da tarde, um balanço.. a vida em uma linha tênue, despercebida e cândida.
Um chá seria bom - E como seria.
Juntando meus selos à minha caixa de velharias e tudo aquilo que não me é
rotineiro.

De Caymmi pra um tal Noel Rosa,
aquele legítimo samba de morro que te lembra um chapéu e uma popularidade brasileira
fiel. Viva Vila Isabel!
A boemia carioca que estendeu-se com volume e diluiu barreiras. Uma alma e um samba
de todos.. todas as classes, cores e cantos.
É como um quadro, aquele em destaque na parede, empoeirado mas não menos imponente
do que toda essa brasilidade.

O pulsar do coração confunde-se com os acordes que entoam no decorrer de cada canto.
Que Beleza de vida!

Sentiria que ela (a vida) é bem mais do que essas amarras que nós mesmos teimamos em usá-las;
uma espécie de retrocesso progressista - Se é que me entendes!?

Bravo! Um desenho utópico da vida vivida farta! Vale imaginar..

Esse seria um talvez.. uma vez!

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Felino


Com rara agilidade e meneios genuínos,
Segue...
Com seus passos largos e despretensiosos,
Talhando caminhos - recantos da casa - desenredando minuciosamente cada espaço desprezado, cada extensão.
Para...
Sob a luz que invade e reflete na xícara de café, um olhar emblemático, cheio de seus mistérios e
de suas belezas..
Ostentando uma coleira exótica e sutil que acentua sua magnificência.
Brinca...
Com os retalhos, fios de novelo e os fragmentos das páginas do jornal da manhã; desacompanhado, apenas com seus próprios artifícios e artimanhas.
O tempo corrente parece congelar... É de se apreciar.
Cansa...
Apesar de arteiro tem lá seus momentos de se entregar, num quase eterno espreguiçar, vagaroso.
Estende-se sobre gigantes almofadas de algodão postas no chão da varanda, fitando os movimentos das plantas e apreciando o vento que chega até seu rosto.
Apronta...
Tem um instinto gatuno, larápio; sendo a noite a ocasião eleita para suas travessuras e fugas... Diligente, encontrando seus semelhantes e desbravando telhados vizinhos em busca de aventuras místicas e amores casuais; caçando novidades e operando peripécias...
Volta...
Sempre pro aconchego e pros mimos de seus “donos”, como quem reconhece terreno de olhos vendados, como quem reconhece o sentimento passado, como quem retribui uma carícia; um verdadeiro perito denotando inteligência...
Caminha sorrateiramente.
Deita...
E fita tudo a seu redor, com o olhar de missão cumprida, fecha os olhos, relaxa e finalmente
Dorme...

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Alvorada

Insônia,
[apenas você]
e os uivos que transitam pelas extensões da casa,
fora isso, um silêncio bem-proporcionado, harmonioso, inerente.
O momento mais propício a se pensar, refletir e gozar um pouco de sua
presunção e conjetura..
Cenário,
À meia luz, com a janela entreaberta, um livro de cabeceira, uma ideia que brota..
Observando clinicamente, outras perspectivas e objeções..
Um corpo celeste enigmático que compõe uma ordem, um ato - quase teatral - Ostentoso.
A rede na varanda, o vinho posto, os felinos individualistas e aventureiros a fragmentar o telhado..
Mistério,
A priori, um alheio, descartaria qualquer mérito da madrugada, entretanto ela está ali, pomposa,
vigorosa, farta de acontecimentos incomparáveis.. traçando seu próprio filosofar, inebriando os ébrios
que tropeçam e destinam-se aos seus aposentos.. A rua obscura é infinita..
Ventania,
que movimenta poeiras, folhas e utopias...
Trás os sonhos e leva as queixas, em favoráveis circunstâncias, casual..
Que abranda as pressões e te furta um sorriso de contentamento..
Privilégio,
Enquanto todos dormem, continuo a meditar e contemplar o espaço - fim da noite e
começo do dia - é intrigante e quimérico, porém, extremamente prazeroso..
Sonante..

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Retomada


Enfim, um pouco de tempo,espaço e alívio..
Oxigênio..


Antes, dias tão cheios e repletos de lamúrias, caos e bagunças.
O incrível paradoxo daquilo que te alimenta e te enfraquece.
(me pego pensando):
"Que enrascada eu fui me meter?"
"Será que eu consigo?"
Insegurança que reina e incomoda.

Porém..
Enquanto isso, os ponteiros do relógio vão girando em ritmos céleres e o mundo chacoalhando
para todos os lados.

E quem não tiver malícia, se perde nesse gigantesco engodo.
Seria uma resposta?
Apenas sei, que nesse período de tempo, buscam-se álibis, desculpas e afagos como justificativa
para esse medo e essa falta de segurança!
E nessa jogatina, você vai se esquivando, driblando e ultrapassando esse ato de insegurança e inconstância!

É preciso cair em si..
Segregar as instabilidades, refletir, pensar, repensar..
O tempo se torna mais tardio e moroso.
E num ato de desleixo, o sorriso começa a escapar,naturalmente, as percepções ficam mais nítidas,
os rumos ajustados e tudo parece se enquadrar!
Mesmo que seja apenas aparentemente.. já é válido!
Pondo seu olhar mais cauteloso em tudo que se fita, em tudo que se aprecia e analisa!
"É.. acho que consigo.."

Basta tentar ser coerente e manter o equilíbrio,
Serenidade.. (uma busca incansável),
Nervos postos a prova a cada fração de segundos..
Logística,
Censo,
Tino,

Retomo então, desta forma,
uma das atividades que me transcreve ao que é inatingível,
aquilo que me gera prazer e me enche de paz..

Escrevendo..

"A gente vai levando.."

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Pândega.

A impermanência era o grande caráter distintivo dali,
Cigarros, boemia e saias compunham os contrastes de uma noite de contentamento e libido.
Jovens imberbes - a caçoar de mazelas, mendigos e embriagados - desciam as ladeiras de 
ruas estreitas e obscuras. Seguiam o som e as luzes que teimavam em alumiar e preencher aquele
lugarejo de esbórnia e orgia.
A vida deslizava com sutileza e voracidade, as rodas de samba, o suor tão pertinente que insistia
em escorrer, mais um copo, moças dançando com desafogo impunemente a incitar os ébrios que 
ali permaneciam a prestigiar toda aquela cerimônia - era quase religião!
Ali, era o refúgio das dores, dos amores e dissabores - amiúde.
Jogos, cartas..tinha espaço e combustível de sobra.. Um ensaio de uma discussão que logo se esvaia,
De súbito, mais uma garrafa de gim..
A noite parecia uma eternidade onde o tempo ali não costumava ser notado.. 
Pernas confundiam-se entre mesas, cortinas e vícios.. Enlevo!
Apesar de custosa, a aurora começara a mostrar-se, pomposa a desiludir anfitriões de todo aquele vigor..
Portas fechadas, mesas recolhidas; apenas os parvos bêbados a vacilarem entre as próprias pernas
e atribuir gaiatices às beatas injúrias que destinavam-se ao culto! T'esconjuro.
Apressavam o passo e repreendiam a astúcia. E (eles) riam e tropeçavam a subir as íngremes e intermináveis ladeiras..
Saudações, o dia se tornara a noite e vice-versa! Esgotados, tomavam seus rumos, exaustos porém
com o sorriso estampado na face, resultado da suprema felicidade que ali viveram.



sábado, 17 de março de 2012

Hoje, um sorriso.

Fragmentos, retalhos..
buscando contextualizar um agora que parece não se ter,
transferindo idéias, mudando tudo de lugar, dissociando manias..
As lembranças se fazem veementes; retórica, livros, tudo que me rege e eleve,
me sinto leve..
Tentando transpor um sorriso, ali, no canto, vagaroso..
O Tempo melhora, subitamente, o sol que entra na sala e resplandece me incita a gerir
minhas vontades, necessidades, meu arbítrio.
Enquadrando essas misturas faço uso do que tenho de melhor, rindo..
Essencialmente potencializando as aptidões..
Agora sim, hoje, nesse instante, os melhores dias parecem chegar, tímidos porém 
tenazes..
Serenidade, discernimento.. A vida e sua dinâmica imponderável!
Só me resta sorrir..

quarta-feira, 14 de março de 2012

Dia Gris

Nuvens pesadas,
o dia foi confuso e contraditório..
Mas aquele velho blá blá blá de que tudo tem o bônus e o ônus, se concretiza!
Esses dias importunos são estradas para a reflexão..
Pensar, pensar, pensar e não chegar a nenhuma conclusão é angustiante..
Prefiro ficar quieto, isento; pra não ferir, indevidamente, ninguém!
Esse mundo é mesmo intrigante e irônico,
Um verdadeiro paradoxo aparente,
Como uma espécie de disparate de confusões te massacrando sem piedade..
Pensando como apenas um ponto no universo julgo todo esse novelo, patético..
Mas os movimentos são constantes, isso curiosamente me incentiva!
Espero que venha a chuva,
forte, imponente, justa..
Leve, lave, lavre toda esse mal-estar..
Que os ventos tragam boas novas..
O amanhã guarda suas surpresas e seus mistérios,
sem pressa tudo se equaliza..

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Realidade Alternativa

Astuciosamente,
De maneira constante me aventuro em universos paralelos..
Quando tudo pesa e o mundo mostra suas garras afiadas e venenosas,
farto de turbulências, vaidades e estorvos..
Espontaneamente o mecanismo é acionado..
Uma espécie de válvula de escape que pode significar fraqueza (talvez) ou
apenas compor uma necessidade voraz de coexistência..
Utilizando de minhas conotações insanas elaboro, sem muitas exigências,
um mundo que porventura faça parte de um desejo imediado ou futuro ou 
um que desagradavelmente suponho que nunca se faça real.
Nessas segundas e conseguintes esferas, tudo funciona de forma límpida e
justa, todas as abstrações se apresentam da maneira mais coletiva..
Lá a paz reina, o amor realmente existe e o tempo não é compreendido..
Esse tour lendário e mitológico é rendoso e acaricia a mente e por mais absurdo
que pareça ser é o meio menos danoso de organizar as idéias e encontrar uma 
logística para entender os mistérios reais..
Tendo a possibilidade de habitar cenários sejam eles reais, efetivos ou
imaginários e fictícios, sinto-me privilegiado de possuir
a capacidade de distração, onde sou protagonista e coadjuvante
quando julgo necessário..
Uso desses artifícios como pano de fundo afim de mascarar e tentar burlar da maneira 
mais lúdica, as armadilhas de uma realidade perversa..



domingo, 22 de janeiro de 2012

Devaneio

Tento falar..
Grito,
mas o que é? O que há?
Como não me escutam e será mesmo que não me escutam?
Eu, que me vejo tão perceptível.. será que sou?
Ponho-me a enquadrar voluntariamente as idéias..
Lamento,
mas quanto mais tentativas mais as interrogações se tornam presentes..
É embaraçoso..
Frustrante, talvez.. porém, o martírio não me vence, seu poder de
persuasão é falho e/ou me tornei imune a seus ressentimentos..
Diria que um breve incômodo martela em minha confusa cabeça,
aquela velha conversa de que ninguém me dá vazão..
Talvez seja manha ou vaidade minha.. Talvez isso deva partir de mim,
talvez minha ótica esteja deturpada por algum empecilho ainda desconhecido..
Penso tanto que percebo que isso não passa de um 'mero devaneio tolo', como
dizia na música..
A vida é bem mais que uma simples e ínfima dúvida, porém, acho que se deve
levar em consideração sim.. vejo que são dessas simplórias angústias que nasce a
possibilidade de evoluir e amadurecer um pensar..

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Janela Lateral

Saudações..
A beleza que entra pela janela é sobrenatural..
Num dia de tantas luzes que inebria e entusiasma..
Caberia uma canção, uma emoção, um violão..
Lembranças..
Razão? Nada!
Só coração..
Natureza ali plena e exuberante,
O vento te traz vida, purifica, absorve e transporta..
Sonhos, emoções e aflições..
O tempo corre. Quem se importa?
Torna-se imperceptível..
Ahh janela,
De onde vejo moças tão belas,
portando fitas e rosas amarelas..
Vem ao meu samba, alimenta o ego, dança faceira..
Os olhos transbordam de incitação,
Ficaria ali.. (na janela)
Quiçá numa eternidade inexistente..
As cores que embriagam..
Surreal..

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Na Estrada..

Enxergando a difícil e contraditória escalada posta aos meus astuciosos olhares, tento, sem êxito, aniquilar os questionamentos que vagam pela longa e tênue estrada..
A necessidade de perceber uma transparência nos fatos é descomunal, porém o imbróglio anula tal aspiração..
O jeito é brincar de esquecer essas desordens complexas, tentar achar um azul, qual que seja a cor, afanar um contentamento em meio a esse destempero, sorrir e se enganar..

Andar por essas estradas de perigos e obstáculos, vencê-las com um sorriso e uma malícia..
 Vou descalço, esquivo-me das trapaças, o vento
gélido me afaga a alma, destemido com meu violão
 canto, encanto e esqueço toda a bagunça inicial..
  No caminho, vejo flores, vejo um além bem ali
 distante e paciente.. Tudo me conforta, a paz torna
 ao seu verdadeiro lugar.. Seguirei caminhando, sem
 temer, sorrindo na longa estrada da vida...