quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Realidade Alternativa

Astuciosamente,
De maneira constante me aventuro em universos paralelos..
Quando tudo pesa e o mundo mostra suas garras afiadas e venenosas,
farto de turbulências, vaidades e estorvos..
Espontaneamente o mecanismo é acionado..
Uma espécie de válvula de escape que pode significar fraqueza (talvez) ou
apenas compor uma necessidade voraz de coexistência..
Utilizando de minhas conotações insanas elaboro, sem muitas exigências,
um mundo que porventura faça parte de um desejo imediado ou futuro ou 
um que desagradavelmente suponho que nunca se faça real.
Nessas segundas e conseguintes esferas, tudo funciona de forma límpida e
justa, todas as abstrações se apresentam da maneira mais coletiva..
Lá a paz reina, o amor realmente existe e o tempo não é compreendido..
Esse tour lendário e mitológico é rendoso e acaricia a mente e por mais absurdo
que pareça ser é o meio menos danoso de organizar as idéias e encontrar uma 
logística para entender os mistérios reais..
Tendo a possibilidade de habitar cenários sejam eles reais, efetivos ou
imaginários e fictícios, sinto-me privilegiado de possuir
a capacidade de distração, onde sou protagonista e coadjuvante
quando julgo necessário..
Uso desses artifícios como pano de fundo afim de mascarar e tentar burlar da maneira 
mais lúdica, as armadilhas de uma realidade perversa..



domingo, 22 de janeiro de 2012

Devaneio

Tento falar..
Grito,
mas o que é? O que há?
Como não me escutam e será mesmo que não me escutam?
Eu, que me vejo tão perceptível.. será que sou?
Ponho-me a enquadrar voluntariamente as idéias..
Lamento,
mas quanto mais tentativas mais as interrogações se tornam presentes..
É embaraçoso..
Frustrante, talvez.. porém, o martírio não me vence, seu poder de
persuasão é falho e/ou me tornei imune a seus ressentimentos..
Diria que um breve incômodo martela em minha confusa cabeça,
aquela velha conversa de que ninguém me dá vazão..
Talvez seja manha ou vaidade minha.. Talvez isso deva partir de mim,
talvez minha ótica esteja deturpada por algum empecilho ainda desconhecido..
Penso tanto que percebo que isso não passa de um 'mero devaneio tolo', como
dizia na música..
A vida é bem mais que uma simples e ínfima dúvida, porém, acho que se deve
levar em consideração sim.. vejo que são dessas simplórias angústias que nasce a
possibilidade de evoluir e amadurecer um pensar..

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Janela Lateral

Saudações..
A beleza que entra pela janela é sobrenatural..
Num dia de tantas luzes que inebria e entusiasma..
Caberia uma canção, uma emoção, um violão..
Lembranças..
Razão? Nada!
Só coração..
Natureza ali plena e exuberante,
O vento te traz vida, purifica, absorve e transporta..
Sonhos, emoções e aflições..
O tempo corre. Quem se importa?
Torna-se imperceptível..
Ahh janela,
De onde vejo moças tão belas,
portando fitas e rosas amarelas..
Vem ao meu samba, alimenta o ego, dança faceira..
Os olhos transbordam de incitação,
Ficaria ali.. (na janela)
Quiçá numa eternidade inexistente..
As cores que embriagam..
Surreal..

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Na Estrada..

Enxergando a difícil e contraditória escalada posta aos meus astuciosos olhares, tento, sem êxito, aniquilar os questionamentos que vagam pela longa e tênue estrada..
A necessidade de perceber uma transparência nos fatos é descomunal, porém o imbróglio anula tal aspiração..
O jeito é brincar de esquecer essas desordens complexas, tentar achar um azul, qual que seja a cor, afanar um contentamento em meio a esse destempero, sorrir e se enganar..

Andar por essas estradas de perigos e obstáculos, vencê-las com um sorriso e uma malícia..
 Vou descalço, esquivo-me das trapaças, o vento
gélido me afaga a alma, destemido com meu violão
 canto, encanto e esqueço toda a bagunça inicial..
  No caminho, vejo flores, vejo um além bem ali
 distante e paciente.. Tudo me conforta, a paz torna
 ao seu verdadeiro lugar.. Seguirei caminhando, sem
 temer, sorrindo na longa estrada da vida...