sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Alvorada

Insônia,
[apenas você]
e os uivos que transitam pelas extensões da casa,
fora isso, um silêncio bem-proporcionado, harmonioso, inerente.
O momento mais propício a se pensar, refletir e gozar um pouco de sua
presunção e conjetura..
Cenário,
À meia luz, com a janela entreaberta, um livro de cabeceira, uma ideia que brota..
Observando clinicamente, outras perspectivas e objeções..
Um corpo celeste enigmático que compõe uma ordem, um ato - quase teatral - Ostentoso.
A rede na varanda, o vinho posto, os felinos individualistas e aventureiros a fragmentar o telhado..
Mistério,
A priori, um alheio, descartaria qualquer mérito da madrugada, entretanto ela está ali, pomposa,
vigorosa, farta de acontecimentos incomparáveis.. traçando seu próprio filosofar, inebriando os ébrios
que tropeçam e destinam-se aos seus aposentos.. A rua obscura é infinita..
Ventania,
que movimenta poeiras, folhas e utopias...
Trás os sonhos e leva as queixas, em favoráveis circunstâncias, casual..
Que abranda as pressões e te furta um sorriso de contentamento..
Privilégio,
Enquanto todos dormem, continuo a meditar e contemplar o espaço - fim da noite e
começo do dia - é intrigante e quimérico, porém, extremamente prazeroso..
Sonante..